Moçambique inova na geração de energia
Dez a vinte por cento da energia eléctrica consumida no país será gerada por fontes solares ou eólicas, segundo projecções da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) para as próximas duas décadas.
A
percepção que existe é de que o país precisa de apostar em novos tipos
de fontes de energia eléctrica, perante a ameaça trazida pelas mudanças
climáticas.
O
Presidente do Conselho de Administração da EDM, Mateus Magala, assume
que a energia produzida em barragens, que actualmente constitui a base
de electrificação do país, não dá mais confiança, pelo que está na hora
de se apostar em novos tipos de fontes, com destaque para o sol, que é
inesgotável.
Magala,
que falava há dias em Maputo, apontou que a tecnologia de construção de
unidades de geração de electricidade a partir do sol é bastante onerosa
mas, actualmente, tendem a ser competitivas e mostram-se mais seguras
em relação a continuar a apostar-se em barragens, numa altura em que a
água escasseia para a mover turbinas e produzir energia eléctrica.
Até
ao momento a EDM fornece energia gerada em hidroeléctricas e a partir
de centrais a gás natural, mas está já arrancar com obras de construção
da primeira fonte solar em Mocuba, na Zambézia.
Com
capacidade de gerar 40 megawatts, a unidade resulta de um investimento
de 80 milhões de dólares americanos provenientes de parceria
público-privada.
A infra-estrutura será ligada a uma rede desenvolvida numa parceria entre a Scatec Solar, o Norfund e a EDM.
Na
última segunda-feira, o PCA da EDM e a embaixadora da Suécia, Marie
Andersson de Frutos, rubricaram um acordo que prevê o financiamento, por
aquele país europeu, no valor de seis milhões de dólares americanos, de
processos de concepção de projectos de geração, transporte e
distribuição de energia eléctrica no país.
Na
ocasião, a diplomata sueca destacou a necessidade de se encontrar novas
e inovadoras fontes de electrificação do país e convidou a EDM a
aproveitar a experiência do seu país para avançar nesse sentido.
Os
fundos alocados vão suportar a preparação de projectos até 2021 e,
entre vários, destacou-se a segunda fase da hidroeléctrica de Mavuzi, as
centrais hídricas de Tsate, Messalo e Mugeba, bem como as linhas
Nampula-Angoche, Chimuara-Dondo, Maputo-Salamanga,
Ressano-Garcia-Beluluane e Macia-Chongoene.
Espera-se
igualmente realizar os estudos para a electrificação de postos
administrativos que continuam sem acesso à rede nacional, bem como a
reabilitação e melhoramento das linhas de distribuição de Xai-Xai e
Nampula.
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