sexta-feira, 14 de junho de 2024

Economia

 



Jornal Informativo de Inhambane


O sector empresarial do Estado está a enfrentar ineficiências económicas e financeiras, isto é, muitas empresas têm as contas débeis. A mais recente análise da saúde financeira do sector revela que tal situação se deve a um paradoxo causado pela sua natureza dualista, que divide as empresas entre provisão social e maximização do lucro num mercado concorrencial, facto que é agravado por uma “pressão” e “interferência do Governo”.


Apesar da saúde económico-financeira moderada, o sector empresarial do Estado (SEE) enfrenta grandes desafios que deverão merecer mais atenção por parte do Estado. Muitas empresas têm as contas no vermelho, sobretudo as empresas classificadas como estratégico-sociais.


São algumas das constatações feitas pela Análise da Saúde Financeira do Sector Empresarial do Estado, 2020-2022, documento lançado há dias pelo Ministério da Economia e Finanças.


“Os desafios retromencionados incluem baixo nível de investimentos, fracos retornos de capital investido, diluição das participações sociais, exiguidade de recursos financeiros e elevado endividamento.”


A avaliação explica que algumas empresas têm uma missão dupla de atender tanto aos objectivos sociais quanto aos objectivos económicos, e esta dualidade traduz-se num paradoxo entre a provisão social e a maximização do lucro num mercado concorrencial.


“Isso pode criar desafios na alocação de recursos e na tomada de decisões, especialmente quando os objectivos sociais entram em conflito com a busca de lucro ou eficiência económica”, escreve.


A avaliação foi mais longe ao mencionar que o próprio Governo pressiona as empresas, e tal interferência dificulta a implementação de boas práticas de gestão.


“Estas empresas, muitas vezes, enfrentam pressões para alinhar as suas decisões e operações com as agendas e prioridades dos governos que as supervisionam. Isso pode resultar em interferência indevida nas operações da empresa e dificultar a implementação de práticas de gestão eficazes e independentes”, avança a análise.


Nesta senda, o avaliador entende ser necessária a mudança de critérios de financiamento a favor destas empresas por parte do Estado, pelo que o Ministério da Economia e Finanças sugere, por exemplo, quer que seja feita uma avaliação da posição estratégica de cada uma das empresas na economia e a análise de risco financeiro.


“Para as empresas que apresentam saúde económico-financeira débil e que desempenham um papel dual no país, é fundamental a intervenção do Estado na monitoria, com vista ao fortalecimento das finanças públicas, através da provisão de bens e serviços indispensáveis para o funcionamento do país.”


Os resultados da análise revelaram que o ano de 2022 foi relativamente melhor para as empresas do SEE, quando comparado com os períodos anteriores. Em parte, a melhoria é explicada pela retoma da actividade económica pós-COVID-19 e o conjunto de reformas e reestruturações implementadas pelo Governo.


Segundo o documento do Ministério da Economia e Finanças, o potencial de crescimento existente nas empresas classificadas como estratégico-estruturantes é extremamente elevado.


“O cenário de recuperação do SEE encontra-se ancorado às perspectivas de crescimento da economia nacional. O cenário doméstico é favorável, embora o ambiente externo esteja conturbado, sobretudo pelos conflitos geopolíticos, encarecendo os insumos de produção (commodities) e aumento dos custos de bens e serviços.”


Aliás, o volume de negócio do SEE conheceu um crescimento estimado em 33,9 mil milhões de Meticais durante o período entre 2020 e 2022, o que representou um incremento no peso no volume de negócios de 12,6% do PIB em 2020 para 13,3% do PIB em 2022, segundo aponta a avaliação.


Porém, apesar do ritmo de recuperação dos indicadores económico-financeiros,  nomeadamente Liquidez, rentabilidade e solvabilidade/endividamento no perímetro de consolidação é satisfatório, o Executivo fala da necessidade de melhoria do ambiente regulatório no que respeita à eficiência na comunicação entre o regulador e o provedor de serviços.


“Perante os resultados das análises económico-financeiras do SEE, torna-se necessária a mudança de critérios de financiamento a favor destas empresas por parte do Estado. Sugere-se que as decisões de financiamento tomadas pelo Governo sejam accionadas quando avaliada a posição estratégica e estruturante de cada uma das empresas na economia e o seu potencial efeito multiplicador, bem como a análise de risco financeiro”, escreve.


Outro aspecto de realce é que as emissões de garantias para as empresas do SEE devem observar os critérios de eficiência técnica das propostas de financiamento, sustentabilidade, viabilidade dos projectos entre outros factores relevantes, de acordo com a abordagem do avaliado.


O instrumento enfatiza que o indicador de liquidez apresentou uma excelente performance, com destaque para a liquidez corrente tendo aumentado de 0,95 em 2020 para 1,32 em 2022.


“Durante o período em análise, não foram accionadas nem emitidas quaisquer garantias para as empresas do SEE, revelando que se mantêm observados os critérios de eficiência técnica nas propostas de financiamento, sustentabilidade e viabilidade dos projectos, entre outros factores”, escreve a finalizar.

segunda-feira, 31 de maio de 2021

SOCIEDADE

 

Deslocados de Cabo Delgado procuram refúgio em Inhambane




No povoado de Malova, distrito de Massinga, encontrámos Eduardo Martins que foi uma das primeiras pessoas a chegar, Junho do ano passado, a Inhambane, vindo de Cabo Delgado, distrito de Moeda. Instalou-se em pequenas cabanas em Massinga, com a ajuda de pessoas daquela comunidade.

A zona, onde vivia, não foi atacada, mas fugiu por medo do pior, uma vez que, nos distritos vizinhos, já se ouviam relatos de ataques perpetrados por terroristas. “Eu ouvi do meu filho que estava noutro distrito, ele fugiu para minha casa por causa dos ataques e, também, decidi vir para Inhambane”, contou Eduardo.

Veio para Inhambane em busca de um abrigo seguro. Aliás, Eduardo Martins estivera antes na terra da boa gente, onde lutou na guerra dos 16 anos, mas, depois da guerra, decidiu voltar a Cabo Delgado, sua terra natal.

Conta que nunca perdeu contacto com os seus companheiros e, quando as coisas pioraram por lá, pediu ajuda aos antigos companheiros de trincheira e foi logo aceite. Ele e mais 12 pessoas foram instalar-se em Malova.

A ajuda de que ele precisava era um lugar seguro para morar. Embora tenha encontrado o que procurava, pondera voltar à terra que o viu nascer quando tudo acabar.

Ao contrário do senhor Eduardo, dona Filomena, que vem de Muedumbe, chegou ao distrito de Massinga em Novembro do ano passado, depois da entrada dos terroristas na sua aldeia. “Os terroristas chegaram à nossa aldeia e começaram a disparar por dois dias seguidos”, recordou, com lágrimas, tudo por que passou em Novembro, quando, por dois dias, os homens armados aterrorizavam a zona, saqueando bens e matando gente.

Foram dois dias de ataques, mas o pior ainda estava por vir. A fugir dos terroristas, dona Filomena e a família composta por oito pessoas ficaram 30 dias nas matas, sem nada para comer. Depois, conseguiram fugir, foram parar em Nampula, de lá, apanharam autocarro até Massinga em casa do seu irmão que é, também, um combatente da luta de libertação e que vive lá desde a década 90.

Por causa dos ataques, ela perdeu tudo que construira, mas diz que, se tudo acabar, vai voltar para Muedumbe. “Quando guerra acabar, eu quero voltar para casa, agora tudo que quero é um pedaço de terra para cultivar e produzir minha comida”, disse dona Filomena, lamentando a situação difícil em que se encontra, mas, ainda assim, tentando procurar soluções para alimentar a família.

Ao todo, estão, na província de Inhambane, mais de 60 pessoas que vêm de Cabo Delgado, sendo que 47 das quais estão em Massinga.

As autoridades garantem que as famílias recebem toda assistência necessária desde à sua chegada.

Segundo o Delegado do INGD em Inhambane, Cândido Mapute, as famílias recebem assistência alimentar mensal e quites de abrigo de emergência.

Para resolver a situação em definitivo, Mapute disse ao “O Pais” que está em curso o processo de identificação de espaços e demarcação para a construção de casas para as famílias que vêm de Cabo Delgado.

As 61 pessoas são de 11 famílias que estão nos distritos de Massinga, Inharrime e cidade de Inhambane e as crianças foram integradas nas diversas escolas dos três distritos.

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Sociedade

 


Agente de segurança forja própria morte para escapar da justiça em Inhambane 31/08/2020



Um agente de segurança brincou de ladrão e está agora a contas com a Polícia. No dia 03 de Agosto, ele fez-se a um complexo turístico à calada da noite para, segundo o próprio, furtar um televisor.

Mas o roubo não deu certo graças à intervenção do segurança da referida casa e foi aí que as coisas começaram a complicar-se, uma vez que ao se aperceber que havia um invasor, o segurança da casa agiu. Começou um confronto entre os dois e o invasor agrediu o outro segurança com recurso a uma catana. Os ferimentos não levaram à morte.

O agente de segurança considerado ladrão saiu de Vilankulo e fez-se passar por morto durante alguns dias. Tudo não passava de uma artimanha para escapar da justiça. Ele contou que teve a ideia de forjar a própria morte depois de ter recebido muitas chamadas de pessoas conhecidas em Vilankulo.

Para “morrer”, o agente teve de desembolsar 2.500 meticais a alguém que alega não conhecer, para lhe uma certidão de óbito.

E para completar a história, a esposa do indiciado entrou em cena apresentando a certidão de óbito à entidade patronal do marido e a Polícia. E foi através do mesmo documento que a corporação investigou a fundo e deteve o indiciado no distrito de Massinga, na última sexta-feira.

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) não tem dúvidas do envolvimento de funcionários do notário no esquema de emissão de certidão de óbito falso.

Alceres Cuamba, do SERNIC, disse ao “O País” que os investigadores trabalham para chegar a todas as pessoas que estão por trás do referido esquema da falsa morte.

O indiciado será apresentando ao tribunal para responder por crimes de furto, agressão física e falsificação de documentos autênticos

segunda-feira, 15 de abril de 2019

SOCIEDADE/ INHAMBANE

Moradores da praia do tofo agastados com o FIPAG


Moradores da praia do tofo em Inhambane mostram-se agastados com o FIPAG, devido a água turva que jorra em suas torneiras e denunciam que, o mesmo líquido causa alergia principalmente em crianças, para além de outras doenças.
A população afirma que, o problema é de conhecimento do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) mas, a entidade ainda não apresentou uma solução para o problema.
Praia do Tofo é um dos bairros que beneficiou da rede de abastecimento de água potável, através do FIPAG. O que seria uma fonte de felicidade e bem-estar desta comunidade, ao ter o precioso líquido canalizado para as suas residências, está a ser motivo de revolta, desespero e desconfiança, devido a água turva que jorra em suas torneiras.
A FIPAG  legitimou a preocupação dos moradores mas, apesar dos avanços, a solução do problema é algo que também suscita incerteza para os técnicos da área de manutenção.
Por outro lado reina o espírito de desconfiança sobre a qualidade do precioso líquido, cuja reacção pode se observar nos petizes que sofrem de alergia, supostamente causada pela água.
Enquanto o problema não é solucionado, a população considera-se entregue à própria sorte e, mesmo assim, as faturas vão falando mais alto, ou seja o preço continua a subir.

SOCIEDADE/ CICLONE IDAI

Lançada “Operação Páscoa 2019”


Durante o período da páscoa as fronteiras nacionais vão funcionar 24 horas por dia. A medida entrou em vigor hoje e vai até o dia 30 deste mês.
Espera-se que 120 mil pessoas, entre nacionais e estrangeiros, cruzem as fronteiras nacionais durante a Páscoa. Também estima-se que neste período mais de 25 mil carros entrem para o país.
A informação foi avançada esta segunda-feira, em Ressano Garcia, aquando do lançamento da operação Páscoa.
As fronteiras de Ressano Garcia e Ponta de Ouro são as que mais movimento vão registar durante os 15 dias. O comando conjunto está redobrar esforços para responder à demanda.
Durante a parada observou-se um minuto de silêncio em homenagem as vítimas do ciclone Idai.

SOCIEDADE

Alunos voltam à escola após passagem do ciclone Idai


Em Moçambique 90% das escolas nas zonas afetadas pelo ciclone Idai retomaram as aulas. Algumas famílias continuam a morar nos estabelecimentos escolares e o período de exames começa a partir de 22 de abril.



Alunos voltam à escola após passagem do ciclone Idai

O setor da educação em Moçambique garantiu que mais de 90 por cento das salas, que serviam de centros de acomodação, já estão a ter aulas. A preocupação agora é arranjar estratégias para cumprir o calendário escolar, um mês depois de passagem do ciclone Idai.
O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano garantiu a existência de stock de manuais escolares para os alunos do ensino básico afetados pelo Idai. O porta-voz do ministério, Manuel Simbine, disse que o desafio agora é criar condições para o cumprimento do calendário escolar.
"Medidas que se tomaram é priorizar as classes com exames como a décima, décima segunda, quinta e sétima classes para permitir que estes alunos, até ao final do ano, estejam em condições de fazer exame”, referiu.

Avaliações finais

Os professores e os alunos nas zonas afetadas pelo ciclone Idai terão de sacrificar os fins-de-semana para recuperar as aulas em atraso. A semana de 22 a 26 de abril destina-se a avaliações finais referentes ao primeiro trimestre.
"No lugar de interromper as aulas na semana de 22 para avaliação vamos continuar com as aulas nessas zonas afetadas para recuperamos uma semana. Isso vai nos permitir harmonizar o calendário em atraso.”
Nas escolas onde ainda estão acomodados os afetados pelo Idai, como no distrito de Buzi, em Sofala, disse Manuel Simbine, encontraram alternativas para fazer funcionar as aulas.

Famílias ainda moram nas escolas

"Temos ainda escolas que ainda albergam famílias vitimas do Idai, mas ainda assim as aulas estão a funcionar lá. Temos um horizonte de duas semanas e estamos a prever que a situação seja normalizada com apoio do setor da saúde e do INGC. Estamos trabalhar de forma coordenada.”
A preocupação das autoridades moçambicanas, depois da ocorrência do ciclone Idai, é a construção de infraestruturas mais resistentes a estes fenómenos.
O ministro das Obras Públicas e Recursos Hídricos, João Machatine, disse que a construção de todas as infraestruturas no centro de Moçambique vai levar cinco anos.
"Estamos a falar de infraestruturas económicas e sociais: estradas, pontes, linhas férreas, barragens, escolas, unidades sanitárias. E também há uma componente de reativar todo setor produtivo e a componente tecido humano que ficou afectado”, afirmou.
A passagem do ciclone Idai destruiu mais de três mil e trezentas salas de aula em toda a região centro de Moçambique por onde passou a intempérie.

SOCIEDADE

Ajuda às vitimas do Idai continuam a chegar na Beira



Os primeiros apoios foram entregues pelo movimento muçulmano de apoios às vítimas do ciclone Idai, um movimento que nasceu em Maputo e que engloba varias organizações.
Esta organização providenciou alimentos e produtos de uso doméstico para centenas de famílias.
Outros apoios foram disponibilizados pela igreja denominada Aleluia Ministros, com sede na África do Sul e representação nas cidades de Maputo e Matola.
“Moçambique e África do Sul países irmãos. Em Maputo entregamos ao INGC cerca de 50 toneladas de farinha e aqui trouxemos vários produtos alimentares. Estamos na Beira não só para mostrar a nossa solidariedade com apoios alimentares mas também com carinho e afecto. Pelo caminho notamos que várias áreas de Sofala foram afectadas e voltaremos em breve para dar outros tipos de apoios aos necessitados”, declarou o representante da igreja, Aleluia Ministros.
Enquanto isso a empresa Olam está a apoiar aos afectados na cidade da Beira com material de construção. Os beneficiários são as comunidades vizinhas.

SOCIEDADE





Helicóptero da Força Aérea cai em Mueda

Um helicóptero da Força Aérea de Moçambique, ostentando a inscrição FA 079, despenhou ontem na vila-sede de Mueda, província de Cabo Delgado, em circunstâncias que ainda “estão por apurar”.
A queda do helicóptero foi confirmado pelo comando conjunto das Forças de Defesa e Segurança (FDS), ao início da noite passada.
Segundo Cláudio Langa, porta-voz do comando, o incidente registou-se por volta das 15h00. Langa disse que o helicóptero regressava de mais uma “missão de serviço logístico das FDS”.
Como consequência, a polícia reporta danos consideráveis no helicóptero e apenas ferimentos ligeiros nos ocupantes. “O acidente resultou em danos avultados no aparelho e ferimentos ligeiros aos ocupantes, que estão todos fora do perigo”, revelou o porta-voz do comando, sem especificar o número dos ocupantes.
Para apurar as causas do acidente, uma equipa de peritos das FDS foi destacada ao local, contudo, “dados preliminares apontam para uma falha técnica”, avançou a fonte

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Sociedade

Dia do Jornalista Moçambicano: SNJ saúda jornalistas moçambicanos pelo seu Dia 

O Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) emitiu esta manhã uma mensagem de saudação a todos os jornalistas moçambicanos, por ocasião da passagem do 11 de Abril, Dia do jornalista. Neste 11 de Abril, Dia do Jornalista Moçambicano, o Sindicato Nacional de Jornalistas, saúda a todos os profissionais da comunicação social moçambicana pelo seu envolvimento ético e responsável na busca da verdade e levá-la aos seus concidadãos e ao mundo.

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