FILIPE NYUSI DE VISITA À SUÍÇA: Foco na diplomacia económica
O Presidente da República encontra-se desde o princípio da manhã de ontem em Genebra para uma visita oficial de quatro dias, a primeira de um Chefe do Estado moçambicano à Confederação Suíça, desde 2009.
Com
uma componente multilateral e outra bilateral, a visita de Filipe Nyusi
começou ainda ontem com um breve encontro com a delegação empresarial
que o acompanha, antes de se reunir com a comunidade moçambicana
residente na Suíça.
Aproveitando
o facto de Genebra ser a capital onde está sedeado um grande número de
instituições multilaterais, o Chefe do Estado vai visitar diversos
organismos do sistema das Nações Unidas, a exemplo da Organizações
Internacionais do Trabalho (OIT), das Migrações (OIM), a Organização
Mundial do Comércio (OMC), Organização Mundial da Saúde (OMS), a
Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e a ONUSIDA.
Esta
manhã, Filipe Nyusi vai discursar na abertura da 37ª reunião da
Comissão dos Direitos Humanos, antes de se reunir, sucessivamente, com
os directores-gerais da OIT, da OMC, da OMPI e da OMS. Ainda hoje está
previsto um encontro com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António
Guterres.
Amanhã,
o Chefe do Estado vai participar num seminário empresarial, no qual
Moçambique pretende, entre outros objectivos, segundo o Presidente da
CTA, Agostinho Vuma, interessar as multinacionais do sector de seguros
para acompanharem o desenvolvimento dos grandes projectos em curso no
país. Também interessa que a Suíça se envolva no desenvolvimento do
sector de energia moçambicano. Será rubricado um memorando com o Fórum
Económico Mundial, visando a divulgação dos relatórios de
competitividade global da economia, a partir de Moçambique, tornando-se
no terceiro país africano a fazê-lo, depois da África do Sul e Costa do
Marfim.
Ainda
amanhã, o Chefe do Estado vai receber o diploma de Doutor Honoris
Causa atribuído pela Escola de Diplomacia e Relações Internacionais de
Genebra, uma prestigiada instituição com tradição no treinamento de
pessoas para lidar e promover a paz e os direitos humanos no mundo.
Na
componente bilateral, o presidente Nyusi vai trabalhar em Berna,
capital politica da confederação Suíça, estando previstas conversações
oficais, que culminarão com a assinatura, com o Presidente da
Confederação Suíça, Alain Berset, de um acordo geral de cooperção.
Tradicionalmente
cordiais as relaçãoes entre Moçambique e a Suiça são activas há 40
anos, mas agora serão içadas a um patamar mais estruturado, com a
assinatura do acordo geral de cooperação que, na verdade, nunca existiu
apesar de todos os resultados positivos que se reportam deste
relacionamento.
Sobre
as relações entre os dois países, o Conselheiro da Embaixada Suíça em
Maputo, Nicola Felder, explicou que acaba de ser aprovado um programa
estratégico de cooperação para o período 2017/2020, que dá enfoque às
componentes de boa governação, acesso à saúde, água e saneamento, e
desenvolvimento rural das economias locais.
Nicola
referiu-se à presença de uma delegação de empresários moçambicanos em
Genebra, como um indicador da responsabilidade com que o nosso país
projecta a nova era de cooperação.
Sobre
o posicionamento suíço em relação ao corte da assistência europeia a
Moçambique devido ao dossier da dívidas não declaradas, o diplomata
suiço explicou que, no quadro do programa estratégico de cooperação
2017/2020, os fundos sectoriais canalizados através do Orçamento do
Estado não foram cortados, à semelhança dos programas bilaterais que
também não foram afectados.
“Cortamos
o apoio directo ao Orçamento do Estado. Aí temos que continuar a
discutir para ver quais são as alternativas para sair desta situação que
reconhecemos que é critica”, disse.
O apoio directo da Suíça ao Orçamento do Estado oscilava entre os sete e oito milhões de dólares norte americanos por ano.
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